Anky van Gunsven é uma estrela no mundo da dressage. Tem um palmarés impressionante, mesmo invulgar – três vezes campeã olímpica, vários títulos nos campeonatos da Europa e por oito vezes, vencedora da final da Taça do Mundo de Dressage.
Depois de vários anos de sucesso com os seus cavalos de topo, Bonfire e Salinero, Anky dedicou-se ao estilo“Western” (reining) – gostou e diverte-se tanto no reining, como no ensino. Estreou-se no recente campeonato do mundo em Kentucky, e conseguiu bons resultados na disciplina.
Nesta entrevista conduzida por Alexandra Koch, Anky fala da sua carreira, dos seus cavalos e da sua vida familiar.
AK: Qual é a sua opinião sobre a venda de Totilas a Paul Schockemöhle?
AVG: Acho que cabe ao proprietário, se deseja ou não vender um cavalo. Totilas sendo um cavalo tão espectacular, era inevitável que fosse eventualmente vendido – existiam muitos interessados nesta aquisição.
AK: Consta que a Anky estava interessada em montar o cavalo. É verdade?
AVG: Nunca fiz essa afirmação – é incorrecto o que dizem as fontes – mas naturalmente que gostava de o montar. Quem desperdiçaria uma oportunidade, de montar um cavalo, com as qualidades de Totilas?
AK: Em Kentucky montou Western e com algum sucesso. Está satisfeita com a sua estreia?
AVG: Adorei a experiência. Foi bastante agradável estar em Kentucky, para participar no reining em vez da dressage. Gosto da modalidade é completamente diferente da dressage.
AK: Disse recentemente, que se tivesse um cavalo como Totilas, que não abandonaria a dressage. Está a contemplar abandonar a dressage de alta competição?
AVG: Nunca fiz essa afirmação, mas sei que várias revistas fizeram esse comentário. Tenho intenções de continuar a disputar as provas de ensino e não penso em abandonar.
AK: Recentemente vendeu o seu cavalo Painted Black. Tem alguns cavalos novos, que possam chegar ao nível de Salinero?
AVG: Painted Black, não era meu e os seus proprietários optaram por o vender. Neste momento não tenho um cavalo que venha a seguir a Salinero, mas espero receber um brevemente.
AK: Como está a decorrer a recuperação de Salinero? Quando vamos poder vê-lo novamente nas pistas?
AVG: “Salli” está a recuperar bem. A lesão no garrote melhorou consideravelmente e o cavalo já começou a fazer um trabalho suave. Quando “Salli” se sentir a cem por cento, tenho a certeza que ele me dará a indicação, que está pronto para a alta competição. Para já não tenho nada programado, mas tenho a certeza que ele vai regressar às pistas.
AK: Quais os eventos de dressage e reiniging, tem programados?
AVG: Não tenho planos para 2011, tudo depende de Salinero e conforme vou melhorando no reining.
AK: É do conhecimento geral o seu sucesso – mas como é que aconteceu?
AVG: Os meus irmãos saltavam em provas de saltos de obstáculos. Nessa altura eu tinha 6 anos, comecei no ensino com os póneis, fiz saltos e alguns percursos de cross.
AK: Quais foram os resultados que tiveram mais significado para si?
AVG: As três medalhas olímpicas são as mais especiais. A emoção ao receber as valiosas medalhas, é indescritível.
AK: Existe muita controvérsia sobre a “o método de ensino alemão” versus o método holandês – que ilações tira?
AVG: Monto os meus cavalos da melhor maneira, tenho sempre em mente o seu bem-estar. Há pessoas que apreciam o estilo, outros não. Mas sei que os meus cavalos estão satisfeitos e não tenho intenções de mudar, seja o que for.
AK: Acha que ao separarem Totilas de Edward Gal, a dressage vai perder em popularidade?
AVG: Acho que não, o público vai continuar a gostar da modalidade. Vão encontrar um novo conjunto favorito.
AK: Descreva o seu dia-a-dia – considerando que para além de ser cavaleira, tem dois filhos.
AVG: Começo a montar os meus cavalos depois de deixar os meus filhos na escola. Monto até às 12h30. Depois almoçamos juntos e começo a dar aulas das 13h00 até às 16h00. A partir das 16h00, dedico o tempo aos meus filhos, a não ser que tenha entrevistas.
AK: Qual é a sua filosofia de vida?
AVG: Carpe diem!