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Festival Internacional do puro-sangue Lusitano 2000

CRIAR LUSITANOS É UMA ARTE

A criação de cavalos Lusitanos não é apenas uma questão zoológica, de genética ou uma simples disciplina pecuária tal qual é tratada pelos nossos governantes. Acima de tudo isto de criar Cavalos Lusitanos é uma Arte. Assim deve ser entendida e divulgada. Como em qualquer tipo de Arte desperta paixões, sentimentos, um sentido estético, um apurar de sensações que levam cada criador a ser um artista. Desenvolvendo todo esse conjunto de sentimentos é naturalíssimo e sendo de Arte que falamos, que sejam várias as formas de interpretação de cada um de nós perante a Arte que nos apresentam. Daí que o gosto e a maneira de sentir determinado cavalo depende da nossa forma de recebermos esse momento. Esta introdução justifica-se pois que é de um concurso de Arte que vamos falar. E como tal, em concursos, com diversas formas de interpretação sobre a Arte que observamos, muitas opiniões naturalmente divergem. O que não é para uns é para outros…

Este Festival Internacional do Puro Sangue Lusitano foi um êxito a todos os níveis. Organização e divulgação de exemplares, cada vez mais estrangeiros, provando que o Lusitano é já um cavalo do mundo. Sul-americanos, ingleses, franceses, alemães e espanhóis entre outros estiveram na Sociedade Hípica a apreciarem a nossa Arte. Sucesso absoluto pois ficaram encantados. O nível apresentado foi melhor ainda que o do ano anterior embora tivessem diminuído o número de fêmeas, sendo contudo compensado com mais e melhores machos. Como disse, é de Arte que falamos e como tal as apreciações e julgamento do sentir de cada um nem sempre são iguais e os comentários que vou fazer dizem e expressam o meu sentir sem que seja uma critica pois que qualquer cavalo ou égua apreciada podia ser o eleito no gosto de qualquer um.O cavalo de ferro Coimbra e de nome Harmónio era sem duvida nenhuma uma pintura e estava espectacularmente bem apresentado. Harmonia e beleza foram os sentimentos despertados. Contudo, outro cavalo houve, de nome Ibérico, aliás o Campeão Europeu de Equitação de Trabalho, que também despertou paixões pelos seus movimentos graciosos e possantes, irrepreensível na função. Ainda um poldro de três anos de ferro Manuel Braga influenciou o nosso sentir e a nossa capacidade de discernimento e de cair na realidade. Qualquer destes cavalos poderia ter ganho e várias conjecturas se poderiam fazer caso o sentir do Júri fosse este ou aquele. Ganharia a poldra vencedora ao poldro Braga? E ao Romão Tavares? Como já disse sentimentos e emoções difíceis de decidir porque de Arte se trata…

A poldra Campeã dos Campeões era um magnifico exemplar. De nome Queixosa e com o ferro Monte Velho também ela despertou paixões e emoções. A favor e contra como qualquer quadro de determinado pintor ou de determinada escola. Teremos que um dia criar escolas e correntes que dividam em beleza. Funcionalidade, morfologia e claro está, emoção ou sentimento pois muitas vezes determinado cavalo diz-nos qualquer coisa que a razão não explica mas que sabemos nos tocou.De realçar ainda o magnifico conjunto de éguas apresentadas pela Coudelaria de Arsénio Cordeiro, filhas do Novilheiro. Simplesmente brilhantes. A Coudelaria da família Pidwell foi a justa premiada com o título de Campeão dos criadores sendo o corolário lógico de uma Arte que vem desenvolvendo, impregnada de paixão e sentimento.Mais uma vez parabéns à A.P.S.L. e já estamos ansiosamente à espera de 2001!!!

Texto: Luís Pombeiro

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