Paula da Silva, fotógrafa de cavalos, de renome internacional, tem uma predilecção muito especial pelos cavalos Árabes. A sua paixão, especialmente por esta raça, tem-na levado aos quatro cantos do mundo.
Com compreensão, paciência e uma intuição impar, Paula consegue como que por magia imagens especiais dos cavalos. Com a sua máquina, ela não só capta a beleza e a elegância, mas também transmite o carácter e personalidade de cada animal. É na verdade raro encontrar fotografias tão intimas e tocantes.
Curioso percurso esse desta jovem, nascida em Angola, filha de um coronel do exército português, que percorreu todo o planeta, primeiro seguindo as peregrinações dos pais depois tentando captar as imagens de todos esses paises.
Porque os seus pais queriam que ela tivesse um curso superior, frequentou dos 10 aos 17 anos um colégio militar.
Disciplina e instrução, mas também o primeiro contacto com os cavalos. Foi como se fizesse luz e não obstante a sua tenra idade, essa fascinação pelos cavalos jamais a deixaria. Isso não a impediu todavia de ter sucesso nos seus estudos que seguiu num liceu de línguas.
Depois foi a entrada para a faculdade de medicina. Um período de dois anos durante o qual a paixão seria mais forte já que ela decidiu abandonar os estudos e dedicar a sua carreira aos cavalos.
Dominando várias idiomas, Paula instalou-se há quinze anos perto de Milão.Como fotógrafa ou jornalista podemos encontrar o seu trabalho em França, Itália, Alemanha, Portugal e nos Estados Unidos. Apaixonada pelo cavalo puro-sangue árabe possuí uma pequena coudelaria de qualidade.
“É para meu prazer” diz Paula, “tive a oportunidade de possuir bons cavalos mas aquele que mais me marcou, foi Randa, uma filha de Garbo e Janda que nasceu na Yeguada Militar Espanhola. Foi vendida para os E.U.A antes de regressar à Europa. Para a Bélgica primeiro, depois para a Suíça, e finalmente para as minhas boxes.
Tinha agora 19 anos. Tivemos quatro anos duma extraordinária cumplicidade. Morreu no ano passado deixando em mim um vazio que não consigo preencher. Às vezes, parece-me ouvir os cascos de Randa a bater na porta da sua boxe, que continua vazia. Randa não existe mais, mas eu tenho a consciência de ter vivido um grande amor e mesmo que as cicatrizes custem a fechar, que o sangue dos meu sentimentos corra ainda à sua simples evocação, eu agradeço todos os dias ao Deus dos cavalos ter-me permitido tal encontro.”Um dos seus sucessos mais relevantes é certamente o seminário gratuito que ela organiza todos os anos e que permite a um grande número de pessoas vindas de toda a Europa melhor compreender o cavalo, enquanto animal, mas sobretudo como um companheiro privilegiado e elo de ligação incontestável entre o homem e a natureza.
Um cavalo, uma máquina fotográfica e os negativos sem fim, eis o percurso duma obstinada militante da raça equina que não tem senão uma aspiração, poder, por longo tempo ainda, captar as imagens dos mil e um movimentos da mais bela conquista da humanidade.
Nós, do Equisport sentimo-nos privilegiados por termos usado muitas das fotografias de Paula da Silva e estamos-lhe extremamente gratos por esta colaboração.