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Consagração da Coudelaria Veiga

Por Rodrigo Coelho de Almeida

Como assumido Veiguista que sou, foi com enorme satisfação que assisti à consagração do Quinteiro da Brôa na sua terra natal, enquanto progenitor dos dois cavalos Lusitanos que se classificaram em primeiro e segundo lugar, na classe de 5 ou mais anos, do LIV concurso Nacional Oficial de Apresentação do Cavalo de Sela que ocorreu nesta Feira da Golegã. São dois animais de grande classe, e por sinal filhos do mesmo pai e da mesma mãe, a Rumba da Brôa, esta por sua vez filha do Impossível BN. O aspecto e dinâmica destes dois cavalos montados são um contributo de prova que o Sr. Manuel Tavares Veiga estava certo, quando em 1996, decidiu utilizar o garanhão Embroque (Panadero VIII x Melodia por Habanero IV) nas suas éguas. Da mesma maneira que o Eng.º Manuel Tavares Veiga o fez, quando utilizou o Turco e o Gerez, ou mesmo quando o seu pai utilizou o Firme SA nesta ilustre eguada.Mais uma vez na história da raça Lusitana, um membro da família Veiga, vem demonstrar que a cultura familiar iniciada pelo Eng.º Manuel Tavares Veiga, de preservação da identidade do cavalo português de origem Ibérica, se eleva muito acima de modas ou mesmo da falta de cultura que infelizmente prolifera, relativamente aos meandros e génese do cavalo de origem Ibérica. O Baluarte da Brôa consagrou-se como Campeão dos Campeões da Feira Nacional do Cavalo 2013. No entanto, o seu ilustre irmão pleno, o Altivo da Brôa, foi, aos meus olhos, indiscutivelmente o animal de mais classe e dinâmica que vi nesta FNC.

Outro dos filhos do Quinteiro da Brôa que se destacou nesta FNC foi o Ben-Hur da Brôa. Montado por Manuel Veiga (filho), que na sua prova de São Jorge ficou em primeiro classificado.Os meus parabéns à família Veiga, e ao proprietário do super Baluarte da Brôa (a coudelaria Romão Tavares), pelo conhecimento e saber que tanto têm contribuído para o engrandecimento funcional da raça Lusitana. Nas palavras do Eng.º Manuel Tavares Veiga, um bom cavalo deve reunir todos os requisitos que o mais fino equitador pode exigir: “nobreza, energia, distinção e rusticidade e resistência de que necessitam todos os animais, inclusivamente o homem, para serem uteis”. No caso do Altivo da Brôa, já existe algum currículo desportivo em Dressage, embora exista uma enorme expectativa na sua entrada em Grande Prémio, pelas mãos do seu cavaleiro, o dinâmico Manuel Veiga (filho), e tendo com treinador o Francisco Cancella de Abreu.

Quanto ao Baluarte da Brôa, o mesmo cumpriu com êxito umas provas de Equitação à Portuguesa, mas vamos aguardar pelos resultados que irá alcançar na disciplina que for escolhida para dar continuidade à expressão do seu potencial. Seguramente sob a monte do eficiente Ricardo Moura Tavares.Há que não esquecer que um título de modelo e andamentos, apesar de criar uma enorme expectativa e prestigio, há que ser gerido com a inteligência e o determinismo de o ver firmemente confirmado por um currículo desportivo (independentemente da modalidade que for).

O belo, para ser completo, carece de utilidade, e desta conjugação, nasce o bom cavalo de sela.

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