Capt. António Pimenta da Gama
Mais uma vez com a organização da FEP e da Sociedade Hípica Portuguesa, tiveram lugar no velhinho mas sempre atraente Campo do Jockey, as provas em epígrafe.
Confirmo, caros leitores, que não é com o entusiasmo do costume que escrevo algumas linhas sobre este Campeonato. Não sou forte em estatísticas mas parece-me que foi dos CPCO’s menos concorridos.
No 1º dia estiveram presentes 18 conjuntos e desses apenas 15 passaram à 2ª classificativa. É muito pouco se considerarmos que apenas Mário Wilson era um verdadeiro outsider. E não é por menor consideração por este jovem que assim o classifico pois já em anteriores crónicas, eu tenho elogiado em todos os tons a genialidade deste cavaleiro, para mim dos melhores das camadas jovens. Posto este esclarecimento, passemos à actuação no 1º dia dos 1º classificados. Óptimas e seguras provas de Luís Sabino Gonçalves, o vencedor, e ainda de Salvador Oliveira Martins, de Francisco Caldeira e de Hugo de Carvalho. Sebastião Ferreira Pinto não foi feliz com um toque na vala e Inês Jervel mostrou mais uma vez a grande valia da sua Volvo XC90.
Na 2ª classificativa, vieram ao de cima Marina Frutuoso de Mello e Hugo de Carvalho, tendo Luís Sabino perdido, quanto a mim, o Campeonato com 2 toques na 2ª mão e nos dois últimos saltos. Lesperanza a saltar superiormente foi penalizada com 12 pontos de responsabilidade quanto a mim, do seu cavaleiro. Só 3 conjuntos foram excessivamente penalizados o que demonstra o equilíbrio dos percursos postos, como de costume por Xavier de Brito.Para a terceira e decisiva prova, 3 cavaleiros estavam a menos de 1 toque e o 4º apenas a 4,76 pontos.
Condimentos mais que suficientes para um bom ‘banquete’ e surgindo um pouco inesperadamente o Silberkranich com Hugo Carvalho no topo da tabela. Luís Sabino e Marina Frutuoso de Mello eram as suas sombras e a derradeira prova foi seguida pelo numeroso público, com o maior entusiasmo. Eu, devo dizer com toda a verdade, que me enganei no prognóstico. Dava como vencedor certo o Luís Sabino mas Marina com um percurso com 5 pontos e a 2ª mão com zero, passou para diante em virtude da falta cometida por Fetiche de Boheme na 2ª mão. Devo dizer-vos que a vitória foi merecidíssima e foi o corolário de uma época sempre em crescendo, como ficou bem patente no Grande Prémio de Vilamoura. Parabéns pois ao Campeão neste caso à Campeã e o vice deve ponderar bem a razão do seu fracasso …relativo.
Nos Veteranos, poucos mas participando com o entusiasmo de jovens cavaleiros e é sempre notável ver o Nuno Bivar com os seus 71 anos, o desembaraço e a solidez a cavalo de Maria Violante Monteiro de Barros (apesar da queda na vala) o espírito batalhador de José Sanches Osório e a determinação que não passa com os anos, de Leite Rodrigues. Também José Miguel Franco de Sousa voltou aos seus tempos de menino numa monte igualzinha há de 30 anos atrás e António Damião só foi traído pela carga emocional com que entrou na prova decisiva. E foi pena, pois estava a fazer um campeonato pleno de regularidade partindo para a última prova num invejável 1º lugar.
Nessa prova veio ao de cima a muita maturidade e garra de concursista de Leite Rodrigues e o resto da classificação ficou ordenada com lógica e justiça chegando ao fim o já citado Leite Rodrigues, José Miguel Franco de Sousa, António Damião, José Sanches Osório e Pedro Emauz Silva.