Conselhos úteis para o futuro criador
Geralmente a responsabilidade da fertilização de uma égua recai sobre a coudelaria para a qual ela vai a fim de ser coberta. No entanto o proprietário é responsável por apresentá-la na altura certa e em boas condições para o efeito.Diz-se que, se uma égua já não está em condições para trabalhar ou está manca, vai para criar! Nos tempos que correm esta velha teoria é muitas vezes uma boa receita para se adquirirem problemas. Só as melhores são suficientemente boas para a reprodução, e devem ser cobertas por garanhões de primeira qualidade, seja qual for a actividade para que se destinem os poldros.Se após ter pensado cuidadosamente no assunto e ter observado os possíveis garanhões, decidir pôr a égua a criar, deve estudar a sua égua. Tem que planear todo o projecto para que ela esteja realmente bem e na altura mais fértil quando a levar ao garanhão. Ao planear a data da cobrição deve ter em mente que a melhor altura para o poldro nascer é quando os dias já forem mais longos, a erva já for abundante para estimular a produção de leite, e o sol já seja em quantidade suficiente para beneficiar ambos.
O estado geral da sua égua afectará a sua fertilidade. Deve estar bem mas não gorda. Na altura da cobrição a égua deve estar numa subida nutricional para se poder obter o ponto mais alto da fertilidade. Isto quer dizer que se deve elevar gradualmente a quantidade de ração com um teor elevado de proteína à medida que se aproxima a época de cobrição. Este processo estimula o ciclo natural do mesmo modo que a erva primaveril estimula a égua a entrar em cio. As éguas muito gordas dificilmente estarão em boas condições de fertilidade passando-se o mesmo com as éguas que estejam num pico de forma atlético.Não se esqueça das desparasitações regulares. Se achar que deve mudar de desparasitante ouça o conselho do seu veterinário. Também é importante verificar se a vacina do tétano está em dia; se for necessário administre uma dose de reforço.O ciclo fértil da égua está directamente relacionado com a luz solar. Na primavera o prolongamento das horas de luz fará disparar o ciclo hormonal, o que dá origem ao cio e à ovulação. Acontece que mesmo as éguas que parecem muito regulares durante o Inverno respondem aos dias mais longos. Vale a pena notar que muitas éguas exibem sinais exteriores de cio muito cedo no ano, não chegando a concretizar a ovulação, o que significa que esses cios não são férteis. A ovulação aparece quando os dias já são mais longos, com a aproximação dos meses de Abril e Maio.
Devido a este facto, se planear uma cobrição precoce, é vital estimular a égua aumentando a duração da luz do dia; deixando as luzes das boxes acesas desde o fim de Janeiro. Utilize uma lâmpada com o máximo de 200 watts, começando por aumentar cerca de uma hora ao fim da tarde até atingir gradualmente as 15 horas de luz por dia e mantendo-a a esse nível.
Equilibre o aumento de duração de luz elevando progressivamente o teor de proteína na ração da égua. A quantidade de ração depende da sua égua e dos niveis necessários à sua manutenção. Os concentrados de marcas de renome para éguas em criação são muitas vezes os mais aconselháveis mas é necessário seguir cuidadosamente as recomendações do produtor. A sobrealimentação com alimentos muito ricos em proteína pode ter consequências graves.
Mantenha a sua égua quente e bem emantada e assegure-se de que ela faz exercício diariamente. Não é necessário que ela esteja em forma mas o exercício suave quer à guia quer montada é essencial para que ela se mantenha saudável.
Partindo do princípio de que tudo corre bem e de que a sua égua está pronta para ir para a coudelaria, é necessário pensar em qual será a melhor altura para a levar. Se ela tiver estado a entrar em cio regulamente deve ter anotado as datas do princípio de cada cio, planeando levá-la numa altura apropriada para a cobrição. Assegure-se de que a leva uns dias antes da data da entrada em cio. Se a égua estive muito próximo dessa data a viagem e a mudança de ambiente podem provocar-lhe alterações no ciclo normal. Se não conseguir levá-la a tempo leve-a quando ela já tiver entrado em cio. Deste modo há menos riscos de alteração do cio.
O tempo de permanência da sua égua na coudelaria é um assunto a resolver. Não se deixe levar por falsas economias. Uma boa coudelaria cuidará muito bem da sua égua, cobrando-se de acordo com isso. O ideal é combinar deixá-la lá de seis a oito semanas, o que permite à coudelaria testá-la durante pelo menos dois cios após a cobrição. A duração do período de oestro poder ser quatro semanas mas usualmente é de três ou seja; cinco dias de cio e 15 fora dele.
No início do ano podem aparecer cios mais longos ou muito curtos com muito poucas probabilidades de que sejam férteis, uma vez que a ovulação só costuma surgir se se estabelecerem ciclos regulares.
É bom conhecer de antemão as formas de pagamento pela qual se regem as coudelarias.