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Os “Self-Made Men”…

 

texto : Margarida Ferreira Neves

Todos conhecemos, por várias razões, alguns dos chamados “self-made men”. Fazem de tudo um pouco, da profissão original (e se alguma vez a tiveram) já não se lhe vê o rasto.

São todos iguais, como que clonados, parecem autênticos e seguros.  São indivíduos “monetariamente assexuados” o que quer dizer que, para eles, o “vil metal” não tem cor.

A única coisa que conta, além deles próprios, é o dinheiro, a pseudo posição social, que os faz viver e sonhar e as loas que lhes são tecidas, enquanto duram; são autênticos reis nus, numa sociedade que os julga e ridiculariza. Têm em comum o gosto pelo oportuno, uma sensibilidade eficaz (alguns chamam-lhe sorte), como se jogassem todos os dias a própria sorte. Só dão razão a eles próprios. Dentro desta “classe” há os que gostam de mostrar à sociedade as suas (ou dos seus) conquistas, sucessos e resultados  (à custa dos outros, claro está) e, do outro lado, os que rodeados pelo medo, são silenciosos (quando confrontados de frente), evasivos, desconfiados e pouco audazes. São contudo, os mais perigosos. Falando destes “homens de sucesso”, há depois uma subclasse – a dos que nada respeitam e tudo atropelam. São exemplares dignos da galeria dos “safados”. A estes há que combatê-los sem tréguas, até os desmascarar. Sem tibiezas.

Porém, julgo que também todos conhecemos aqueles que de quando em quando saem do grupo, aqueles a quem um dia a sorte virou, as amizades importantes começaram a desaparecer, os amigos e colegas fartos de tanta imbecilidade deixaram-nos a sós. E então, amargurados, mas ajustados à sua nova pequenez emigram para o reino do silêncio.

Enfim, o “self-made man” é geralmente um idiota sem noção de que todos nós somos um pontinho no universo onde tudo o que conseguímos foi-nos deixado na rota evolucionária em que viajamos.
São factos. A registar. Nada mais.

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