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Casco – Infecção

 

Dr. Carlos Rosa Santos

O aparecimento de pus no casco (palma) é uma das maiores causas de claudicações no cavalo. A infecção normalmente aparece como resultado de uma ferida perfurante, causada por um objecto pontiagudo como seja um prego ou um cravo, ou por uma fenda ou fissura na linha branca (a separação entre a taipa e a palma.

SINAIS CLÍNICOS

A infecção no casco tem como consequência a produção de pus, ou seja de leucócitos (células brancas) que não são mais do que células produzidas pelo organismo para lutar contra as bactérias associadas à infecção.

A taipa, sendo um invólucro rígido que contém as outras estruturas do casco não tem a capacidade de “inchar”, o que faz com que a pressão interna aumente, causando uma dor intensa.  Esta dor é comparável à que sentimos quando temos uma farpa ou um espinho sob uma unha. Inicialmente notamos uma claudicação ligeira mas com a evolução da infecção e concomitante maior acumulação de pus, o animal pode até deixar de apoiar o membro afectado, mesmo quando parado. O casco infectado está em geral mais quente do que os outros e sente-se uma maior pressão nas artérias que a ele se dirigem quando palpadas na zona posterior do boleto. Observa-se o membro enfartado por cima do boleto

DIAGNÓSTICO

Se suspeitar que um seu cavalo possa ter uma ferida perfurante no casco, o mais indicado é contactar o médico veterinário assistente do seu cavalo.

O local preciso da infecção é normalmente detectado através dos alicates de casco e esta área é então explorada usando uma faca de cascos. Muitas vezes é necessário utilizar uma cânula para se avaliar da profundidade e direcção da fístula. Em casos de não detecção atempada da infecção, esta pode alastrar aos tecidos subjacentes com consequências desastrosas.

TRATAMENTO

O objectivo do tratamento consiste em aliviar a pressão na palma estabelecendo-se um canal de drenagem e na eliminação da infecção. Muitas vezes ao remover-se a “camada” de palma que bloqueia a drenagem do pus nota-se um alívio quase imediato da dor. Por vezes, a pressão é tão grande que este pus esguicha pelo orifício aberto e borbulha do mesmo. Este orifício de drenagem pode então ser instilado com diversas soluções anticépticos de modo a que se crie um ambiente hostil à sobrevivência e reprodução de bactérias, especialmente as do tipo anaeróbico (as que não necessitam de oxigénio para sobreviverem) muito comuns nas infecções dos cascos.

Recomenda-se de igual modo o uso de cataplasmas ou feltros embebidos em sulfato de magnésio ou de sódio.

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