Em Abril, novas grandes estreias na Netflix. O serviço de streaming já anunciou a estreia de “Alma de Cowboy”, um western com Idris Elba como protagonista. O Cowboy do Asfalto – Enquanto passa o verão no norte de Filadélfia, um adolescente rebelde (Caleb McLaughlin) vê-se dividido entre uma vida de crime e a vibrante subcultura de cowboys urbanos a que pertence o seu pai (Idris Elba), com quem não se dá.
O drama desenrola-se pelos olhos desamparados de Cole (Caleb McLaughlin). Este jovem de 15 anos é visto como um problema tão grande pela mãe que, após ele ser expulso da escola, ela leva-o de carro para o deixar com o pai pelo verão, nos subúrbios da Filadélfia.
Ausente, taciturno, enigmático: Harp (Idris Elba), pai de Cole, é tudo isso. Mas, principalmente, ele é um cowboy e o líder do estábulo da região — um bairro periférico da cidade norte-americana. É a reverência pelos cavalos, parece, o sentimento que mantém estes homens e mulheres unidos, apesar das dificuldades consequentes da violência e do racismo.
Os “cowboys do concreto” são um grupo heterogeneo que gosta de se reunir à noite, para contar lendas sobre os cavaleiros negros apagados da história dos Estados Unidos — “por causa de Hollywood e John Wayne”, reclama um deles à certa altura do filme. Durante o dia, seu trabalho é desbastar estes animais, resgatá-los, cuidar deles e do estábulo.
Não é uma existência que atrai Cole no primeiro momento, uma vez que ele está mais disposto a gastar as suas horas ao lado de um antigo amigo, Smush (Jharrel Jerome), que aposta na venda de drogas para mudar o próprio destino. Entre a decadente casa do pai e o par de Air Jordan novos, presente de Smush, Cole prefere o último.
Só quando o rapaz cria um laço com um cavalo as coisas começam a mudar. E, sem que ele nem perceba, os cowboys à sua volta passam a trabalhar para que ele escolha o caminho certo na sua vida.
Realidade
Longa-metragem do diretor Ricky Staub, Alma de Cowboy é um projeto em curso há sete anos. Primeiro, o cineasta descobriu por acaso a existência destes cowboys urbanos vivendo no norte da Filadélfia, com estábulos em Fletcher Street. Depois, leu o livro Ghetto Cowboy, de G. Neri, e sentiu ainda mais que havia um filme com potencial ali.
O problema era como retratar de forma autêntica uma subcultura tão rica e, ao mesmo tempo, tão desprezada. Para não cair numa representação caricata, Staub decidiu passar anos junto aos cowboys em seus estábulos, antes de apontar qualquer lente a eles.
Quando o projeto finalmente saiu do papel, o cineasta ainda fez questão de colocar em frente às câmeras membros reais da comunidade, como é o caso dos atores Jamil Prattis e Ivannah-Mercedes. O resultado é uma visão nem idealista ou superficial, que transmite com sensibilidade o que representa ser um cowboy urbano para essas pessoas: uma combinação potente de rebeldia e amor pela liberdade.