A “Erva de São Tiago”, ou séneçon de Jacob e a “Açafrão do prado” ou colchique d’autonme, são venenosas e podem ser mortais para certos animais. Para os humanos são inofensivas nas carne, leite e derivados. Mas como ervas medicinais são perigosas.
“Agricultores e proprietários de cavalos estão preocupados com a planta tóxica”séneçon de Jacob” ou “herbe de Saint Jacques”, que é “muito invasiva e que pode mesmo ser mortal para os animais”. A mesma preocupação é tida em relação à planta “colchique d’autonme”, que cresce no outono. O alerta foi dado pelo deputado luxemburguês, Gusty Graas, numa questão parlamentar dirigida aos ministros da Agricultura, da Mobilidade, da Saúde, do Interior, e do Ambiente.
A “séneçon de Jacob” está a crescer e a multiplicar-se junto às bermas das estradas de terra, das ciclovias, junto a colinas íngremes, pontes e estradas recentemente construídas, indica Gusty Graas, salientando que o mesmo irá acontecer com a “colchique d’autonme”, quando a sua época chegar.
A “séneçon de Jacob”, ou Erva de São Tiago em português e a “colchique d’autonme”, (açafrão do prado), contêm substâncias tóxicas que podem ser mortais para porcos, cavalos, bovinos e cabras. Ambas são venenosas para estes animais e estão a espalhar-se pelo Luxemburgo.
Bonitas, mas perigosas, a “séneçon de Jacob” é uma flor amarela de caules longos, a “colchique d’autonme” é uma flor lilás de caules pequenos. Ambas foram detetadas em amostras de fenos e outros alimentos para animais, oriundas de explorações agrícolas e enviadas para análise.
Este ano, um cavalo já morreu envenenado após ter sido alimentado com feno onde foram encontradas muitas partes de “colchique d’autonme”, declaram os ministros na sua resposta parlamentar à questão do deputado.
Após a morte do cavalo, de um proprietário privado, não agrícola, o feno foi enviado para análise: resultado, o animal morreu envenenado pelo açafrão do prado. Grandes quantidades desta erva estavam misturadas no feno. Embora, sem ninguém saber.
“Risco mortal elevado” para animais
De acordo com os ministros os animais não ingerem estas plantas diretamente nos campos, mas elas estão a ser cada vez mais encontradas nos fenos e em alimentação para o gado.
“As suas substâncias tóxicas afetam principalmente o fígado e o risco de um animal morrer é muito elevado”, alertam os ministros da Agricultura, Romain Schneider, da Mobilidade, Francois Bausch, do Interior, Tania Bofferding, da Saúde, Paulette Lenert, e do Ambiente, Carole Dieschbourg.
Uma das razões da proliferação da “séneçon de Jacob” nos campos do Luxemburgo prende-se com o facto dos coelhos selvagens, que são imunes à toxicidade desta planta, estarem a diminuir pois a espécie está a ser dizimada por doenças infeciosas.
O problema, referem os ministros, é que as plantas não são destruídas na elaboração do feno ou na composição dos alimentos e armazenagem dos mesmos.
A “séneçon de jacob” é considerada venenosa devido à substância tóxica, a “alcalóide de Pirralizidina” com efeitos hepatotóxicos que possui, e que intoxica o fígado de certos animais.
Neste ano, das amostras analisadas pelos laboratórios competentes foram detetadas substâncias tóxicas em sete amostras de feno, numa amostra de ensilagem de ervas e uma amostra de mistura de ervas secas para coelhos.
Numa só amostra de feno foram encontradas três formas de alcalóide de Pirralizidina e noutra amostra de feno a presença de muitas partes de “colchique d’autonme”, esta última recolhida do feno que vitimou o cavalo.
Os animais mais sensíveis à toxicidade destas plantas são os porcos, seguidos dos cavalos, bovinos e cabras.