A figura do cavaleiro com uma armadura brilhante é parte do imaginário popular desde a Idade Média. Mas, ao contrário do que se observa nas lendas tradicionais, os cavalos dessa época eram do tamanho dos póneis atuais. Ou seja, muito mais pequenos do que os seus descendentes modernos, de acordo com o maior estudo de sempre de ossadas de cavalo.
Citado pela CNN, Oliver Creighton, professor de arqueologia na Universidade de Exter e investigador principal do projeto, refere que “o cavalo de guerra é central para a nossa compreensão da sociedade e da cultura inglesa medieval como símbolo de um estatuto associado ao desenvolvimento da identidade aristocrática e como uma arma de guerra famosa pela mobilidade e capacidade de choque”.
O estudo, publicado no International Journal of Osteoarcheology, procurou examinar o tamanho e a forma de 1.964 ossos de cavalo ingleses entre os anos 300 e 1650 encontrado em 171 sítios arqueológicos separados. Com isso, os investigadores compararam esses ossos com os dos cavalos modernos para compreenderem como os animais mudaram ao longo do tempo.
Em média, os cavalos dos século V a XII tinham menos de 1,48 metros ou 14 mãos de altura, que é o tamanho padrão dos póneis modernos. Uma mão tem 4 polegadas e é a unidade principal para pedir a altura dos equinos.
A análise também estudou Tapeçaria Bayeux e revelou que os cavalos diminuíram de tamanho por volta do ano 1066, embora esta fosse uma altura em que o cavalo era a arma de combate preferida. Quase 200 cavalos foram representados em toda a Tapeçaria que conta a história da conquista normanda em Inglaterra em 1066.
O estudo, que examinou quase dois mil ossos de cavalo, sugere também que cavalos com 15 ou 16 mãos de altura (comuns hoje em dia), seriam vistos como muito grandes pelos povos medievais.
Alan Outram, um dos coautores do estudo, afirmou que os cavalos de guerra medievais, como os destriers (cavalos de guerra da era Medieval) podem ter sido relativamente grandes para altura. Ainda assim, era muito mais pequenos do que seria de esperar hoje em dia para cavalos de guerra. “As práticas de seleção e reprodução nos Garanhões Reais podem ter sido focadas tanto no temperamento e nas características físicas adequadas para a guerra como no tamanho bruto dos cavalos”, afirmou Outram.
Na Idade Média, os cavalos tinham diferentes objetivos e podem ter sido criados com essas tarefas e funções em mentes, revelou o estudo. Os destriers, que além de serem usados para combate podem ter sido utilizados para demonstrações ou torneios, terão sido cavalos mais altos, com os cavalos mais pequenos a serem utilizados para percorrer distâncias maiores e campanhas militares.
Ao longo dos anos, os cavalos têm estado presentes em conflitos, algo que ainda acontece atualmente, como aconteceu com as tropas norte-americanas no Afeganistão, em 2001, que dispunham de brigadas a cavalo.
Por fim, o estudo também verificou que as escavações arqueológicas medievais têm frequentemente menos ossos em comparação com as dos períodos anteriores da Era Romana e da Idade do Ferro. Isto acontece porque, provavelmente, as ossadas dos cavalos medievais eram frequentemente processadas de forma diferente de outros animais.
Fonte: DN Katie Hunt