Já disponível o Anuário Português de Garanhões 2014
O Outono trás aos criadores de cavalos a nostalgia da preparação da nova época reprodutiva. O tradicionalismo de “largar” um garanhão a um grupo de éguas a campo vai dando lugar à utilização das modernas técnicas de reprodução: a inseminação artificial e a transferência de embriões.
O criador actual tende a emparelhar individualmente cada égua com um garanhão que, após análise zootécnica, é escolhido com base no melhoramento que o mesmo possa trazer à descendência. Quando se fala em comprar sémen/cobrição de um garanhão, normalmente o que salta ao pensamento é a entrada num mundo vasto de pesquisa e contactos, muitas vezes demorados e trabalhosos, que abrem a porta a um conjunto de indecisões por parte do criador e muitas vezes levam ao aumento da expectativa até ao nascimento do poldro.
No final de tão exaustivo trabalho, o criador ainda é exposto às seguintes dúvidas: Será que tomei a decisão correcta? Haveria um garanhão melhor para a minha égua? Onde poderia ter procurado mais? A crescente procura de informação na sociedade actual, leva-nos à necessidade de a agrupar e de a tornar de fácil utilização ao leitor.
Procurando a facilidade na compra de sémen equino, houve necessidade de compilar um conjunto de informações de carácter zootécnico, que possibilitassem ao criador decidir qual garanhão, no antigo Serviço Nacional Coudélico o conceito de catálogo, agrupando assim os reprodutores do antigo depósito de garanhões da Fonte Boa.
Ao longo dos tempos tomou-se consciência que essa catalogação seria suficiente como montra de garanhões do Estado, mas insuficiente no panorama Nacional.
Os garanhões privados tinham necessidade de ser catalogados anualmente, sendo suportados no contexto zootécnico por um conjunto de técnicos que estivem disponíveis para aconselhar os criadores nas suas opções reprodutivas. Nasce o Anuário Português de Garanhões em Novembro de 2010. O Anuário permite aos proprietários de garanhões, dar a conhecer os seus animais, retirando todo o peso burocrático e logístico que o processo reprodutivo envolve. Ao dono da égua, disponibiliza o acesso a um gasto leque de garanhões, aumentando assim a variabilidade genética do efectivo e promovendo o seu melhoramento.
Romperam-se barreiras demográficas, aproximando profissionais (criadores, cavaleiros, proprietários, veterinários) que outrora deixavam de criar / trabalhar não por falta de vontade mas sem recurso à informação e aos próprios garanhões. No Anuário de 2014 estão representados cerca de 90 garanhões, sendo o Cavalo Lusitano a raça mais presente. É suportado online em: www.anuariodegaranhões.pt.
Esta publicação procura também perpetuar um registo anual dos garanhões que participam na evolução da criação equina em Portugal.
Miguel Seta de Carvalho
Médico Veterinário