Por Rodrigo Coelho de Almeida No dia 20/03/1991, nascia na Herdade da Pitamariça de Baixo, em Lavre, um poldro castanho a quem foi dado o nome de Jacobino RCC. A ilusão havia começado cerca de onze meses antes, quando levei a égua Estrela RM (Oeste OC x Noiva RM por Piton MV), ao garanhão Coimbra Dardo MAC, gentilmente cedido pelo Sr. Xavier de Lima, a pedido do meu pai. Com a idade de um ano foi ao Festival do Puro Sangue Lusitano, ao concurso de modelo e andamentos, sem que tenha obtido prémio algum, pois não tinha andamentos para tal. Completados os três anos, foi comprado por António Luís Teixeira Duarte, que o desbastou e mais tarde vendeu ao negociante francês Olivier. Foi assim que o cavalo foi parar às mãos de Gerald Pellen, que lhe ministrou os ensinamentos para vir a constituir-se enquanto craque da quadra da sua filha, a rejoneadora francesa Patricia Pellen. Olivier viria a caracterizar o Jacobino enquanto um animal com um equilíbrio e uma expressão extraordinários. Há muitos anos atrás, numa corrida de toiros na Moita, sem que Gerald Pellen me visse, fui encontrá-lo, no intervalo da corrida onde participava a sua filha, e depois de mais um êxito do cavalo, agarrado ao Jacobino, a dar-lhe palmadas de afeto e a repetir inúmeras vezes a palavra “craque”. No momento em que Patricia Pellen decidiu por termo a sua carreira tauromáquica, o muito experiente e rodado Jacobino, pois já não era novo, foi comprado e utilizado por Pablo Hermoso de Mendoza. Posteriormente foi adquirido por Mariano Rojo, sob a monte de quem ainda veio a brilhar.Efetivamente foi um craque da expressividade que ficou na memória de muitos aficionados que o viram e que ainda hoje o recordam, como o caso do criador Manuel Braga, que aconselhou a sua compra, já velho, para garanhão das éguas do conhecido taurino português José Alexandre. A esta compra viria a associar-se o atual Presidente da APSL, Manuel Paim, que o utilizou em algumas das suas éguas. Deixou apenas quatro descendentes na coudelaria Paim. Três machos e uma fêmea, que contam atualmente com a idade de um ano. Infelizmente o cavalo morreu antes de ter a possibilidade de igualmente beneficiar éguas pertencentes à Sociedade das Silveiras.Contrariamente a uma longa carreira enquanto cavalo de toiros, morreu precocemente nesta sua breve existência enquanto reprodutor. Hoje em dia procuro perpetuar na minha coudelaria a genética do Jacobino, pois além de ter sido o cavalo que foi, é descendente de éguas que deram provas enquanto montadas de trabalho com o gado (Estrela RM; Noiva RM). Curiosamente é uma das genéticas Veiga que imprimiram funcionalidade aos seus descendentes. Enquanto seus ascendentes conta com: Piton MV; Oeste OC; Elmo MV; Fúria JC; Guizo MV; Berber MV; Toleirona MV.Vídeo gentilmente cedido por Miguel Cabeza.
