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Cerco aos Cavalos no Alto Minho

A Câmara de Vila Nova de Cerveira está a preparar uma investida aos montes do concelho para tentar capturar, pelo menos, mais oito cavalos que têm massacrado campos agrícolas e provocado acidentes nas estradas da região, sem que ninguém se responsabilize pelos prejuízos. A área afectada é extensa, abrange também os dois concelhos vizinhos de Paredes de coura e Valença, e as queixas da população dispararam.

Em Dezembro do ano passado, a Autarquia recolheu 23 animais em território dos três municípios. Foram feitas três emboscadas, tendo como ponto de partida a freguesia de Sapardos, onde andavam à solta 10 cavalos adultos e oito poldros. O garanhão da manada revelou-se difícil de capturar e, entretanto, já terá refeito a manada com novas fêmeas. Daí estar prevista uma nova acção até Abril.

Para resolver o problema da “multiplicação” dos equinos, foi criado um esquema de captura por cerco com redes, com o apoio de uma associação de criadores de Espanha. Para o terreno foram 25 homens, com cavalos e uma matilha de cães.

CULPA MORRE SOLTEIRA

Confrontada com queixas da população de Castro Laboreiro e Lamas de Couro, a Câmara de Melgaço avançou recentemente com uma medida idêntica, embora com captura com laço. No final de 2014, recolheu 17 cavalos.

Em Cerveira, os animais foram doados a novos proprietários com a garantia de serem criados em zonas onde não causem danos. Em Melgaço, foram vendidos para abate.

“Havia destruição diária de culturas. Estamos a falar de uma área extensa entre S. Bento (Paredes de Coura), Fontoura (Valença) e Sapardos (Vila Nova de Cerveira), com campos de milho desfeitos da noite para o dia e acidentes de viação constantes, com prejuízos avultados. A culpa morre sempre sozinha, nunca ninguém aparece”, disse o veterinário Ricardo Lobo, explicando que a maioria dos cavalos causadores dos danos não possui identificação, o que impossibilita a responsabilização dos proprietários, que, por sua vez, se remetem ao silêncio.

Para avançar com a captura dos cavalos, a Câmara de Vila Nova de Cerveira solicitou autorização à Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, que a concedeu ao abrigo da lei aplicada no caso de gatos e cães vadios (Decreto-Lei nº 276/2001 de 17 de Outubro). Ricardo Lobo refere que “este é um problema que tem barbas em vários municípios da região”, mas que, por agora, apenas Cerveira e Melgaço terão decidido avançar com medidas. Vila Nova de Cerveira criou, entretanto, um regulamento municipal para suprir “o vazio legal”. Em Maio deste ano, a identificação de equídeos passará a ser obrigatória com um equipamento electrónico de identificação (microchip) associado ao detentor.

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