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Garranos retidos em escola primária escapam ao abate

Os quatro cavalos garranos que desde sábado estavam retidos no recreio da antiga escola primária de Labruja, em Ponte de Lima, vão ser hoje transferidos para a propriedade de um criador daquela raça, em Barcelos.

O anúncio foi feito esta tarde à Lusa pela veterinária municipal de Ponte de Lima, na sequência do interesse demonstrado por este criador.

“É uma solução excelente por vários motivos, a começar logo pela logística, porque fica aqui perto. Depois, evitamos o abate dos animais, que é a solução mais fácil nestes casos”, explicou Natália do Campo.

Em causa estão três fêmeas e um garanhão, este com cerca de cinco anos, retidos desde sábado, pela população, no recreio da escola de Labruja – desativada em 2006 -, depois de destruírem várias culturas.

“Os animais não tinham identificação e por isso não foi possível chegar aos proprietários. Como também ninguém os veio reclamar, vamos entregá-los, sem qualquer compensação, a um criador de garranos que já tem muita experiência”, acrescentou a veterinária municipal.

Natália do Campo explicou que os animais “estão em perfeitas condições de saúde” e ainda hoje, antes de seguirem viagem para Barcelos, serão identificados e registados, algo que “não tinha sido feito até agora”.

O presidente da Junta de Freguesia de Labruja, Manuel Amorim, explicou à Lusa que estes quatro cavalos terão sido abandonados naquela freguesia de Ponte de Lima “há cerca de três semanas”.

Depois de destruírem várias culturas, enquanto procuravam alimento, um grupo de populares acabou por levá-los, no sábado, para o recreio da escola primária, encerrada em 2006.

A GNR já tomou conta desta ocorrência, mas em todo o distrito de Viana do Castelo aquela força recebeu este ano 15 queixas por danos provocados por garranos.

Fonte daquela força admite que “no âmbito do inquérito”, por vezes, “é possível identificar o proprietário do animal”, cabendo depois aos tribunais imputar responsabilidades aos prejuízos causados.

“Contudo, embora os animais estejam identificados, ao pastarem todos juntos torna-se muito complicado identificar qual foi o que realmente provocou o dano, pois pode ter sido qualquer um”, diz a mesma fonte.

A isto, acrescenta-se o facto de muitos dos garranos, normalmente criados em regime de semi-liberdade, não possuírem sequer qualquer identificação.

Em Portugal há cerca de 600 criadores de garranos registados, mas apenas 350 possuem animais, num registo nacional que ronda as 2.000 cabeças, sendo o distrito de Viana do Castelo um dos de maior expansão.

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