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Porque têm riscas as zebras?

É um tema que tem apaixonado os investigadores: afinal, por que razão as zebras apresentam listas? Diversos estudos encontraram uma resposta, nem sempre consensual.

Investigadores da Universidade da Califórnia (EUA) acabam de publicar um artigo, na revista Nature Communications, onde justificam aquele padrão como forma de defesa para… moscas e mosquitos. Novidade? Não.

Se a natureza ensinou o Homem que a aparência dos animais selvagens foi ‘pensada’ para os proteger, nunca fez muito sentido que as zebras sobressaíssem com belas e estranhas listas pretas e brancas.

Uma equipa de investigadores da Califórnia levou a cabo um estudo, mais um, para detectar a razão das listas nas zebras.

E a conclusão acaba de ser apresentada: aquele padrão não serve para camuflagem, nem para qualquer ritual de acasalamento.

As zebras são listadas porque, desse modo, conseguem afastar os mosquitos e moscas que transportam doenças.

As listas das zebras são assim uma espécie de insecticida. Mas… será esta uma verdadeira novidade? Não é. Há dois anos, investigadores suecos e húngaros dedicaram-se ao mesmo tema e tentaram decifrar o enigma.

E concluíram que as listas servem para afastar as incomodativas moscas, bem como outros insectos que transportam doenças. O estudo foi publicado em… 2012, no 'Journal of Experimental Biology'.

Nesse ano, os investigadores ‘mascararam’ cavalos, com diversas cores (um dos quais com listas pretas e brancas, como uma zebra. Depois, colocaram uma cola inofensiva, que permitiria reter as moscas e insectos que ‘atacassem’ os animais.

O passo seguinte foi perceber qual das texturas acolheu menos voadores. A resposta já é óbvia para o leitor: o cavalo mascarado de zebra quase não reteve insectos.

As moscas Tabanidae não apreciam este tipo de padrão, que as confunde, segundo defendem os autores do trabalho.

E as zebras não apreciam as picadas das moscas, muito menos gostam de enfrentar doenças transportadas por pequenos voadores. É o bem-estar das zebras que está em causa. Agora, os investigadores da Universidade da Califórnia apenas se podem gabar de confirmar uma teoria que já existia.

Texto: António Henriques

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