Mendoza moraliza na festa de Carreiras!!

Realizou-se na noite desta quinta-feira, a Corrida de Alternativa do Cavaleiro Tiago Carreiras, na Praça lisboeta do Campo Pequeno.

Foi padrinho Joaquim Bastinhas, tendo como testemunha Pablo Hermoso de Mendoza, com as bancadas repletas de público praticamente com os sete mil lugares todos ocupados.

O toiro marca sempre qualquer espectáculo em que intervêm, está aí a sua mística. Este não fugiu à máxima e os pupilos de Bohorquez saídos na arena lisboeta fizeram jus ao seu comportamento típico, com meias investidas sem apertar, cómodos mas sem transmitir que baste. Se ‘nuestros hermanos’ não valorizam o comportamento dos toiros em rejoneio na medida de importância devida, por cá nós procuramos fazê-lo (mesmo sem as varas) e a estes apenas podemos de qualificar de sonsos e sem interesse.

Carreiras parece ter marcado a fronteira entre duas fases da sua carreira da noite de quinta-feira. A primeira de praticante, que como todos os que vieram a ser figuras, tem um cavalo que praticamente lhe desenhou a trajectória até aqui. Foi à ‘Quirino’ a sua primeira lide a um “burriciego” que não ia por direito e a que Carreiras e o seu precioso ‘partner’ de caminhada deram a volta para gáudio do conclave ao estilo que todos conhecemos. Deu duas voltas, com a segunda a ser exagerada.

No seu segundo vimos a melhor presença da noite de Carreiras, a fase que esperamos daqui para diante, bem a lidar, com critério e cuidado na brega, aliou o bem-fazer ao espectáculo e sem ser tão popularucho, agradou mais, pelo menos aos que valorizam a verdade do toureio. Acabou de forma bonita a noite.

Joaquim Bastinhas puxou da tarimba para despachar de forma eficiente a ferragem da ordem nos dois oponentes. O par de bandarilhas no primeiro e a rosa no segundo fecharam duas actuações que no global nada acrescentaram.

Pablo Hermozo de Mendoza foi superior a qualquer um dos seus alternantes. Está bem montado, com ritmo e rotina de toiro, de público e espectáculo. Isso faz com que mesmo com oponentes de menor jogo, resolva a papeleta a nível superior. Foi no seu segundo que mais alto subiu a fasquia na noite, com as entradas do Silvetti em quarteios de poder e artistas a dar o mote na perfeição. Sem duvida um portento de artista, equitador e toureiro (já temos saudades de revê-lo com toiros de outros “encierros”, como no seu inicio por cá). Não foram necessárias martingalas e atrocidades para triunfar.

Recusou e muito bem por duas vezes dar a volta à arena, pois, tal como disse pessoalmente sobre esta questão: “Campo Pequeño es demasiado importante para que uno de outra vuelta, solo porque un grupo te lo pide e no sientes que es toda la plaza e con mucha fuerza que lo exige e tu próprio ”. Se não sabiam fica lida a cartilha!! E bem!!

No capítulo das pegas ambos os Grupos começaram mal e acabaram bem. Por Évora, Bernardo Patinhas à 2ª, a corrigir uma primeira em que se calou no momento da reunião, João Pedro Oliveira à 3ª, rígido e decidido, depois de nas duas primeiras ter faltado mais determinação) e Antonio Alfacinha numa boa pega à primeira tentativa. Os Amadores de Vila Franca, começaram com Flávio Henriques a não mandar em duas tentativas e a consumar à 3ª.