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Mensagem do Presidente da FEP – Bruno Rente

Transcrevemos na integra a mensagem do presidente da FEP, Bruno Rente aos cavaleiros, dirigentes desportivos, oficiais, parceiros e suas famílias publicada hoje no site da FEP,

“Tenho partilhado a nossa actividade no final do Ano, este Ano dirijo-me ao Universo Equestre já com o Ano de 2023 em plena actividade na nossa Federação, já que:

  • Portugal acolheu a Assembleia Geral do International Jumping Officials Club (IJOC);
  • Recebemos a visita do Presidente da FEI (Federação Equestre Internacional) Sr. Ingmar De Vos por essa ocasião onde tivemos oportunidade de conversar sobre nossos projectos e desafios;
  • Realizamos sessões de capacitação de Séniores e Juventude de Saltos de Obstáculos;
  • Promovemos em Portugal, na Companhia da Lezírias uma Formação de oficiais internacionais de Atrelagem;
  • Realizamos o encontro de preparação do Campeonato do Mundo de Raides;
  • Participámos numa sessão de trabalho da Associação de Municípios do Cavalo realizada no município de Ponte de Lima;
  • Participámos no “FEI Eventing Forum and NSO Seminar”.
  • Participámos na Cimeira de Presidentes da Confederação do Desporto de Portugal onde faremos parte do Grupo de trabalho que está a preparar um conjunto de iniciativas e acções de sensibilização junto do Governo e demais forças políticas com assento parlamentar;
  • Realizou-se a primeira sessão de capacitação do programa de alto rendimento de ParaDressage;
  • Foram publicados regulamentos de Disciplina e promovidas sessões de esclarecimento;
  • Celebramos Vitórias e Pódios em Concursos de Saltos e de Dressage Internacionais de grande importância;
  • Já ouviram falar de nós na Rádio, pela entrevista ao Portugal em Directo e já nos leram numa Intervenção de Página no Diário de Notícias;
  • Realizamos reunião com o Comité Paralímpico de Portugal para ilucidar acções que temos desenvolvido neste quadrante, bem como partilhar nossos desafios e projectos futuros;
  • Estamos a edificar uma plataforma que muito contribuirá para a retoma da Disciplina de Horse-Ball em Portugal;
  • Aumentamos a nossa representatividade internacional, garantindo a presença de 02 oficiais nos grupos de trabalho da EEF representando a nossa Federação nas disciplinas de Dressage e Endurance;
  • Evoluímos na construção do Programa entidades formadoras, conhecendo melhor a nossa realidade ajustando o programa aos desafios futuros do Desporto Equestre;
  • A nossa equipa registou já mais de 3000 filiações de Atletas, superando até record de filiações do Ano passado quando comparados períodos homólogos;

Mas, olhando para trás o Ano de 2022 refletirá certamente sentimentos opostos em relação a um ano que nos proporcionou momentos bem diferentes.

Meditemos, ou melhor, recuemos um pouco.

No início de 2022 o nosso País procurava sair o mais rapidamente, e o melhor possível, de dois longos anos de aguda pandemia. O desporto tão martirizado e menosprezado também ao longo desse período, procurava recuperar o tempo perdido e mostrar à sociedade em geral que a resiliência que caracterizara os desportistas, se mantinha incólume e possibilitaria uma recuperação do seu esplendor.

O desporto vivera e, estamos certos, continuará a viver nos próximos tempos, de períodos deveras desafiantes. De facto, desde o início de 2020, o mundo foi abalado por um conjunto de acontecimentos inesperados que colocaram em causa a sua estabilidade. Primeiro a pandemia, que o fez quase parar e nos deixou danos irreparáveis nos mais diversos sectores de atividade. Depois, e no nosso caso, o episódio do EHV-1 e, mais recentemente, uma guerra na Europa que abalou a economia global, incrementando uma inflação já latente, para valores muito acima do expectável e cujo real impacto não é ainda verdadeiramente mensurável.

Assim, antes de olharmos para o futuro e para os desafios que nos obrigarão a encontrar estratégias para garantir o nosso desenvolvimento, é hora de fazer uma retrospetiva do ano que terminou. Sendo também muito importante olhar para a realidade do Desporto em Portugal antes de entrarmos no nosso universo.

Dados recentes apontam para uma quebra de praticantes na ordem dos 14,7% e até de 3,2% nos clubes motivados pela pandemia, mostrando que um dos principais focos do desporto nacional deve ser precisamente o de criar de estratégias que permitam recuperar, e ultrapassar mesmo, o número de praticantes, algo fundamental para a sobrevivência de clubes, associações desportivas e em resumo para todo o tecido desportivo nacional.

Não devemos esquecer ou ter dúvidas dos valores que a prática desportiva generalizada, mas sobretudo a competitiva, incute no desenvolvimento de seres humanos com motivação para enfrentar quaisquer desafios que a vida lhes apresente e da relevância que tem em termos de saúde em geral, com os hábitos saudáveis que garante a todos os seus praticantes, e saúde mental, devendo ser o principal aliado na sua preservação. Este dado, foi aliás, uma das bandeiras dos planos de recuperação da COVID-19, de vários países europeus.

Apesar desta realidade e desafio, o Eurobarómetro assinala que 73% da população Portuguesa revela nunca praticar desporto.

Esta realidade será também influenciada pelo parco financiamento publico ao desporto, onde, segundo a Confederação do Desporto de Portugal, o peso do desporto no orçamento geral do Estado é de somente de 0,045%, o que equivale a ser cerca de 40% abaixo da média europeia, mantendo-se em valores inferiores aos de 2019, no período pré-pandemia.

Mesmo neste contexto, a nossa realidade demonstrou a nossa resiliência e assertividade da nossa estratégia, já que continuamos a crescer em todos os quadrantes e a obter resultados desportivos de excelência. Assim e o nosso balanço é claramente positivo, onde enumero algumas iniciativas e metas alcançadas, como sendo:

  • Continuamos a crescer a nossa base, superando o record de filiações do Ano anterior, onde atingimos crescimentos de cerca de 20% em 2021 e de 15% em 2022;
  • Tivemos honra de contar com a presença do Sr. Secretário de Estado da Juventude e Desporto nos campeonatos Nacionais de Saltos de Obstáculos, em visitas a Centros Hípicos melhor conhecendo a nossa realidade, bem como em visitas ao Centro de Alto Rendimento, na tentativa de encontrarmos uma solução de requalificação desta infra-estrutura;
  • Criamos a Semana Equestre, aproximando a criação da competição;
  • Incrementamos o prize-money dos Campeonatos Nacionais de Cavalos Novos e isentamos o valor das filiações do Ano 2023 para os Campeões;
  • Criamos as Jornadas Equestres da Juventude que será certamente um grande momento de formação e partilha de experiências entre jovens de todas disciplinas;
  • Celebramos protocolo com a Real Federacíon Hipica Espanhola para realizações de acções conjuntas relacionadas com a ParaDressage;
  • Realizamos em Portugal e, em colaboração com o Clube Hípico do Norte um Curso Piloto da FEI relacionado com formação em Stable Manager certamente muito útil para Clubes e Comissões Organizadoras;
  • Realizamos o Campeonato de Portugal de Dressage com maior prize-money de sempre através da captação de marcas e parceiros que se associaram ao evento;
  • Assinamos um protocolo com a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária que, entre outros, agilizará a participação dos nossos atletas em provas internacionais;
  • Lançamos o movimento da Associação dos Municípios do Cavalo que nos permitirá estar ainda mais próximos dos maiores mecenas do Desporto, desenvolvendo estratégias para apoiar os Clubes na sua actividade, bem como incrementar apoios aos eventos Desportivos Equestres e alicerçar a tradição equestre em Portugal;
  • Estivemos presentes no lançamento do projecto Ponte de Lima – Destino Equestre Internacional;
  • Retomamos a competição e participação internacional na Disciplina de TREC;
  • Continuamos a afirmar e consolidar Portugal como destino Equestre de excelência;
  • Conseguimos proporcionar aos nossos Cavaleiros de Saltos de Obstáculos a participação, num só ano, em 07 Taça das Nações;
  • Apresentamos crescimento no número cavalos filiados na nossa Federação;
  • Podemos celebrar os títulos de Campeões do Mundo por Equipas e Individual em Equitação do Trabalho, disputado em França;
  • Proporcionamos a experiência em Campeonatos do Mundo e da Europa a cerca de 100 Atletas jovens;
  • Realizamos várias acções de dinamização da disciplina de Concurso Completo de Equitação em cooperação com a Associação Portuguesa de Concurso Completo de Equitação;
  • Tivemos um excelente Ano nas participações internacionais jovens em diversas Disciplinas;
  • Durante o Ano tivemos vários Atletas no Topo Mundial do Ranking FEI;
  • Qualificamos Equipa de Saltos de Obstáculos para a Final da EEF Series;
  • Participamos em várias sessões de formação da FEI;
  • Incrementamos em muito a formação em todos os quadrantes Oficiais, Atletas e Equipa FEP;
  • Aumentamos a nossa representatividade a todos os níveis e fizemo-nos ouvir deixando recomendações que atentam à nossa realidade, como por exemplo no programa Re-activar do Governo Central;
  • Homenageamos quem muito fez pelo nosso Desporto;
  • Realizamos em sintonia com a Sociedade Hipica Portuguesa e 100ª Edição do Concurso de Saltos Internacional Oficial de Lisboa – Portugal, voltando a ter 2 eventos do tipo CSIO no mesmo Ano em Portugal;
  • Observamos a presença de nossos oficiais de diferentes disciplinas nos grandes eventos internacionais FEI, tendo também visto ser eleitos oficiais Portugueses na importante Comissão técnica de Dressage da FEI, aumentando a nossa representatividade;
  • Retomamos a realização da Taça Ibérica de Atrelagem em Portugal;
  • Aumentamos a nossa visibilidade atraindo para a nossa Federação muitas horas de cobertura mediática, sendo que avaliado o primeiro semestre de 2022, obtivemos uma forte presença nos media, ocupando um espaço publicitário estimado no valor de 1.098.261€, distribuídos por 232 notícias em diferentes plataformas da comunicação social:
  • Marcamos presença na génese e lançamento de Selo Equestre na região do Minho;
  • Entre muitas outras iniciativas desenvolvidas.

De facto, 2022 traduziu-se como um ano em que foram lançados muitos projectos  e alcançados muitos objectivos onde também podemos celebrar várias conquistas, até no que diz respeito a resultados internacionais, para o nosso País em diversas disciplinas, mostrando que, mesmo na adversidade, o desporto equestre eleva e promove o nome de Portugal a nível internacional quer pelos resultados dos seus atletas, quer pela qualidade das eventos equestres que realiza, quer pelos oficiais que julgam nas mais diversas provas internacionais.

Na Federação Equestre Portuguesa, tudo faremos para que o Desporto Equestre continue a desenvolver-se e a galopar pelas pistas do sucesso desportivo e da solidez financeira de uma forma estruturada e com sentido de responsabilidade social.

Estamos certos de que 2023 voltará a trazer várias alegrias no plano desportivo nas mais diversas modalidades. Os talentos que o desporto equestre Português continua a produzir são um garante de sucesso, pelo que olhamos com grande entusiasmo para o Futuro.

Será também um ano em que voltaremos a tentar estar próximos e reunir os diversos actores do nosso universo para, de uma forma construtiva e sem egocentrismos, pensar o presente e o futuro do desporto equestre Português.

Continuaremos a tudo fazer, para desempenhar essa função e, simultaneamente, olhando para dentro visando a modernização da estrutura da Federação, sempre com uma orientação de grande proximidade com a nossa gente e de uma forma mais relevante e presente com a sociedade portuguesa. Hoje, pelos esforços desenvolvidos, conhecemos melhor a nossa realidade equestre, e tentaremos estar ainda mais próximos e interactivos com os todos nossos agentes.

O presidente da FEI afirmou recentemente na sua carta de motivação a um novo mandato “there is still a lot of work to be done”. E assim é, temos muito trabalho a desenvolver e muitos desafios pela frente para continuar a desenvolver o Desporto Equestre. Sendo que uma das únicas certezas que poderemos ter acerca do Futuro é que ao caminharmos juntos o nosso trajecto será menos difícil.

Estaremos sempre ao lado dos clubes, Atletas e dos oficiais com um olhar no desenvolvimento do Desporto Equestre e, continuaremos a orientar a nossa actividade diária por fazer cumprir os nossos principais objetivos estatutários e a tentar repetir e consolidar a unanimidade alcançada nas nossas últimas Assembleias Gerais na nossa Federação. Temos também a obrigação, de contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais inclusiva, feliz e optimista.

A estrutura de Federação Equestre Portuguesa deseja a todos os cavaleiros, dirigentes desportivos, oficiais, parceiros e suas Famílias um ótimo Ano de 2023.”

 

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