A Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana (ACERG) condenou hoje “veementemente” o abate, a tiro de zagalote, de dez cavalos na área de Paisagem Protegida de Corno de Bico, em Paredes de Coura.
Em comunicado enviado à Lusa, a ACERG acrescenta que a “barbárie” põe em causa não só a manutenção de uma raça autóctone e de um património genético protegido ameaçado de extinção, mas também a “sobrevivência de uma família de pequenos agricultores com sete filhos”.
Uma família que, refere ainda o comunicado, tinha naqueles dez animais e noutros tantos bovinos, também de raças autóctones, “a sua subsistência”.
“Trata-se de uma família, pobre sem recursos financeiros para repor o efectivo, com o futuro cada vez mais incerto e que de um momento para o outro vê as suas dificuldades aumentadas”, sublinha a ACERG.
A associação garante que aqueles animais pastoreavam num local ermo, comunitário, baldio e afastado das estradas principais e das populações.
“Este acto isolado foi perpetrado por energúmenos, sem nenhum motivo plausível, a não ser tornar uma família pobre ainda mais pobre”, acusa.
“A ACERG condena e repudia tudo o que poderá pôr em causa o trabalho de preservação e melhoramento, desta raça de cavalos autóctones e ameaçados de extinção”, remata.
Dez cavalos foram encontrados mortos nos últimos dias em Paredes de Coura, a tiros de zagalote, munições que, como sublinha a ACERG, são proibidas por lei.
A GNR e o Ministério Público já estão a investigar o caso.