Durante o passado fim-de-semana, debateu-se, partilhou-se, enfim, falou-se de Turismo! E um dos palestrantes, concluiu ” o caminho faz-se caminhando”. Azar dos Távoras!! Porque cansa-nos esta “caminhada” sem “destino” à vista. Azar, porque então dissemos o que nos ia e vai na alma, como é nosso apanágio.
Dissemos e quisemos dizer, que muitos daqueles que gerem o Turismo em Portugal, não têm sensibilidade, preparação e criatividade, sendo por vezes aptos para a função, somente pela via político-partidária, que sublima o desconhecimento. Que já temos a paisagem natural, humana, a histórica e a artístico-cultural. E que é cativante e surpreende pela diferença. Que se deixem de improvisos e passem à estratégia. Porque se perdem divisas, porque outros destinos nos ganham. É que temos potencial, meios e oportunidade sobretudo para um turista, que hoje não quer só viajar, quer personalização e necessidades específicas, porque é exigente e diferenciado.
Porque não há uma política contínua e firme na mobilização e participação da comunidade. Na Presidência da Câmara Municipal e como responsáveis pelo Pelouro do Turismo, na Golegã, em 1998, começámos por implicar os cidadãos, na sua história, cultura e identidade. Torná-los donos, ciosos e disso orgulhosos. É que o destino só será bom para o turista, se for bom para quem lá reside!! Após esse conhecimento e interiorização, começaram a surgir os alojamentos, desde o Turismo Rural ao Hotel de Charme até ao Hostel, no Concelho da Golegã, para que o turista suplantasse o “excursionista”. Porque muitos ainda confundem o Turismo com Alojamento, apesar deste ser um dos seus componentes importantíssimos. Por essa opção, política, de apostar apenas no Alojamento, temos hoje excesso de oferta, em muitos locais. É que Turismo será muito mais que isso, ou seja, sentir, viver e experimentar!!
Daí em Angra do Heroísmo referir-lhes (e em tom assertivo), que temos tudo para essa emoção, para essa experiência. Falta a ousadia da promoção, da divulgação e da venda do produto, além da criatividade para idealizar o seu consumo.
Esse caminho já está feito, sendo hora de nele andar, porque muitos parecem viver num mundo irreal, sem concorrentes e inovação. E a sorte não chega é preciso imaginação, que é o princípio da criação. “Imaginamos o que desejamos, queremos o que imaginamos e, finalmente, criamos aquilo que queremos”, como dizia Bernard Shaw !!
PR