A utilização do burro com fins terapêuticos e as suas potencialidades na promoção da cultura rural e turística são os objectivos do encontro sobre «Educação e Maneio de Asininos» que começou esta quinta-feira em Lagos, noticia a Lusa.
Organizada pela Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), responsável pela preservação do burro mirandês, a iniciativa, a decorrer até domingo, na Quinta do Barco Cheio, no concelho algarvio de Lagos, visa ainda dar formação específica sobre o comportamento dos burros e o seu maneio.
«Devido ao seu comportamento dócil, paciente, atento e inteligente, o burro é actualmente um animal muito utilizado na designada asinoterapia», disse à Lusa Miguel Nóvoa, veterinário e secretário técnico da AEPGA.
A Asinoterapia, ainda sem grande expressão em Portugal, tem sido desenvolvida em vários países europeus, nomeadamente em França e Inglaterra, e consiste numa prática equestre com técnicas de educação e reeducação do indivíduo, fazendo com que supere danos sensoriais, motores, cognitivos, afectivos e comportamentais.
Segundo Miguel Nóvoa, o contacto repetitivo com os burros «tem demonstrado melhorias significativas ao nível do equilíbrio, bem como o reforço da auto-estima e confiança».
Contrariando a ideia de que o burro é um animal em vias de extinção, Miguel Nóvoa referiu que «o burro tem agora menos visibilidade devido ao abandono da actividade agrícola», e sublinha existirem outras actividades que podem desenvolver como forma de aproveitar as suas capacidades naturais.
Entre os vários painéis programados, o workshop inclui um módulo específico de introdução à «Medicina Veterinária em Asininos», onde são focados os arranjos correctivos e patologias dos cascos, locomoção e odontologia.