Os promotores da peregrinação a cavalo que partiu de Braga pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros terminou na Catedral de Santiago de Compostela defendem que a homologação pelas autoridades galegas e portuguesas deste itinerário jacobeu “contribuirá para travar a desertificação do interior das regiões por onde passa”.
“A homologação levaria à criação de novos negócios e à fixação de pessoas, à repovoação do meio rural ou, pelo menos, a que não continue o abandono, evitando-se que as aldeias caiam no esquecimento”, explica Vicente Pereiras Marquez da Associação Rapa das Bestas de Sabucedo (Galiza), principal impulsionadora da iniciativa.
Segundo o responsável, que até agora percorreu 11 caminhos de Santiago, “quase vêm as lágrimas aos olhos das pessoas idosas ao constatarem como é bonito haver de novo gente a passar por aldeias onde já só vai o padeiro ou o peixeiro. É uma alegria verem alguém de fora com quem possam trocar uma palavra”.
Por isso, “a homologação é muito necessária para dar vida às regiões despovoadas ou abandonadas de Portugal e Espanha”, devendo no imediato proceder-se “à manutenção e recolocação de sinalização, e à limpeza do traçado nalguns pontos”. Enquanto isso não acontece, é aconselhável o uso de GPS e um contacto prévio com as associações no terreno por parte dos peregrinos deste itinerário, que começa na Catedral de Braga.
Aquelas dificuldades constituíram os aspetos menos positivos da jornada, como refere Vicente Pereiras Marquez, que dirigiu a peregrinação. Como pontos positivos apontou o facto do Caminho da Geira e dos Arrieiros ser “muito bonito, embora também muito duro”.
“O melhor que levamos desta peregrinação é, sem duvida, as paisagens. E uma satisfação enorme por completamos um desafio pelo qual passavam os nossos antepassados durante muitas centenas de anos”, adianta, destacando ainda “a harmonia, o companheirismo, a passagem por sítios onde alguns nunca tinham estado e a coroação do Caminho que é a entrada em Compostela e ver a Catedral”.
Fonte: Braga TV