No final da primeira guerra mundial, Winston Churchill envolveu-se pessoalmente no regresso de milhares de cavalos utilizados durante o conflito e que estavam espalhados por toda a Europa.
Documentos históricos recentemente descobertos pelo jornal britânico The Mail on Sunday revelam milhares desses cavalos que serviram o exército inglês deveram a sua vida à compaixão do então secretário de Estado da Guerra.
As chefias militares britânicas dependeram bastante da cavalaria para transportar homens, artilharia e alimentos, tendo gasto mais de 36 milhões de libras (43,1 milhões de euros) durante o conflito para comprar 1,1 milhões de cavalos no Reino Unido, Canadá e Estados Unidos.
Documentos do Ministério da Guerra, encontrados no Arquivo Nacional em Kew, revelam que dezenas de milhares de animais estavam em risco de contrair doenças ou de morrerem à fome ou às mãos de açougueiros franceses e belgas, porque as entidades oficiais não conseguiam levá-los de volta para a Grã-Bretanha.
Churchill, na altura com 44 anos, reagiu com fúria quando teve conhecimento do tipo de tratamento que estava a ser dado aos cavalos e encarregou-se pessoalmente do assunto depois do fim das hostilidades.
Enviou um ofício para a sua própria secretaria de Estado da Guerra e para o Ministério dos Transportes. Foram enviados mais vasos de guerra e em apenas uma semana foram repatriados 21 mil cavalos.
Terry Charman, historiador do Imperial War Museum, explicou ao mesmo jornal que Winston Churchill era um amante de animais e que as suas diligências se deveram exclusivamente às suas preocupações com o bem-estar animal.
“Cavalo de Guerra”, de Steven Spielberg é um relato épico sobre os animais usados para fins bélicos é baseando no livro infantil “War Horse”, lançado pelo britânico Michael Morpurgo em 1982, e em sua adaptação para o teatro feita por Nick Stafford.
O filme explora o forte vínculo do jovem Albert, interpretado pelo jovem britânico Jeremy Irvine, e seu cavalo Joey, que enfrenta o início da Primeira Guerra Mundial e o envio de seu animal para a França pela cavalaria britânica.
“A Primeira Guerra Mundial foi o último 'hurra' para os cavalos de guerra. Eram tempos nos quais a revolução tecnológica, sobretudo com a implementação de novas tecnologias mais eficientes e cruéis para matar, começavam a suplantar a inutilidade do cavalo”, explicou Spielberg à revista Variety.
Depois da chamada “Grande Guerra” europeia, de 1914 a 1918, “o cavalo ganhou uma vida mais bucólica e saudável”, disse o director, vencedor de quatro Óscares, incluindo um pela carreira.
A ideia do filme chegou a Spielberg há quase dois anos, quando uma produtora de sua equipa, Kathleen Kennedy, que estava de férias em Londres, levou as filhas para assistir a peça teatral na qual os cavalos eram representados por marionetes de tamanho natural.