Pela calada da noite, quatro éguas de criação da Coudelaria Lucas, em Pinheiro Grande, Chamusca, avaliadas em 55 mil euros, foram atingidas com disparos de uma arma municiada com balas para caça grossa. Duas delas, uma puro-sangue lusitano e outra de raça cruzado português premiada em concursos, morreram no pasto; as outras duas estão feridas com gravidade e vão ser hoje abatidas no matadouro de Santarém.
O proprietário dos animais, José Lucas, não encontra explicações para “esta barbaridade”. “Isto é a mais pura cobardia. Se alguém tem algo contra mim, venha resolvê-lo como homem. Mas não me abatam animais indefesos”, disse ontem o criador, acrescentando desconhecer quem lhe quer mal.
A puro-sangue lusitano, uma reprodutora de nome “Roseta”, avaliada em 30 mil euros, apareceu morta com um tiro de carabina na véspera de Natal, quando estava presa num pasto junto ao rio Tejo, na freguesia de Pinheiro Grande.
Na madrugada de sexta-feira, “Dariana”, uma poldra de três anos que foi medalha de ouro na Feira Nacional do Cavalo da Golegã em 2010, foi morta no mesmo local e da mesma forma. Mesmo ferida, a égua partiu a corda e foi morrer a 500 metros da árvore onde estava presa.
No local ficaram dois poldros “que felizmente não levaram nenhum tiro”, e as outras duas éguas feridas. Uma tem o projéctil alojado no lombo e a outra ficou sem um olho. Serão hoje abatidas.
Os prejuízos são elevados, mas “muito mais do que o dinheiro, está em causa o amor que nós tínhamos por elas”, desabafa José.