Luís Rouxinol e Luís Rouxinol Jr: convergência de sentimentos
Para Luís Rouxinol (pai), a corrida “tem um significado especial e de extrema responsabilidade”.
Para Rouxinol Júnior a corrida é uma das de maior responsabilidade da sua temporada “se não mesmo a de maior responsabilidade”. O orgulho que ambos dizem sentir é mútuo. Se para o pai é motivo de “orgulho, mas também de dupla responsabilidade”, para Rouxinol Júnior “é um orgulho enorme e um sonho que concretizo, poder tourear ao lado do meu pai na primeira praça do país e numa corrida desta importância”. Entre pai e filho há também um sentimento de respeito pelas qualidades de um e de outro.
Luís Rouxinol destaca em Luís Rouxinol Júnior a sua dedicação ao toureio e à equitação: “o Luís todos os dias monta, dedica-se aos cavalos, sabe escutar conselhos dos mais experientes, é muito trabalhador exigente consigo próprio”. E acrescenta: “tem garra e tem raça, duas qualidades fundamentais para um bom percurso enquanto cavaleiro”. Luís Rouxinol Júnior considera o seu pai como um dos melhores cavaleiros de sempre e refere como a sua maior qualidade a capacidade de lutar por um objectivo. E particulariza: “o meu pai começou praticamente do nada e conseguiu, sozinho, atingir um patamar que nem todos alcançam!
Triunfa com todo o tipo de toiros, sempre com a mesma disposição em todas as praças, trabalhador, exigente e, mesmo assim, mantém a sua humildade”. Acrescenta que o seu pai é a sua referência, a sua base, o seu termo de comparação: “para qualquer coisa, ponho os olhos nele. Sonho um dia ter as suas capacidades para enfrentar toiros difíceis e conseguir triunfar com eles como ele o faz! Isso sim é muito
complicado, mas irei dar tudo por tudo para um dia chegar ao nível dele”.
Quanto às diferenças ou semelhanças existentes entre os respectivos estilos de tourear, o pai refere que “seria mais fácil falar das semelhanças! O conceito é o mesmo e é normal haver muitas parecenças. O Luís
está agora no início da sua carreira, tem muita irreverência. Eu já tive a idade dele e sei bem a descarga de adrenalina que as corridas importantes provocam nos jovens”. O filho concorda com o essencial: “as bases são as mesmas, trabalhamos muito em conjunto para alcançar o mesmo objectivo: triunfar!”. E reforça existirem na actualidade poucas diferenças de estilo, salientando que não executa a sorte de bandarilhar a duas mãos, na qual o seu pai é exímio: “talvez um dia mais tarde a venha a fazer mas, por enquanto, quero ser eu próprio, sem imitar ninguém, mas tendo o meu pai como exemplo,
evidentemente!”.
Luís Rouxinol (pai) apresentou-se em público em Paio Pires, em 1976, com apenas oito anos de idade e tomou alternativa a 10 de Junho de 1987, em Santarém, apadrinhado por João Moura. Luís Rouxinol Júnior apresentou-se em público a 28 de Maio de 2011, em Serpa, e fez a prova de praticante no Campo Pequeno, a 19 de Junho de 2014, seguindo a passos largos para a alternativa que, contudo, ainda não tem data
marcada.
Na corrida de 14 de Julho, no Campo Pequeno serão lidados sete toiros de Varela Crujo, três para a lide a cavalo que serão pegados pelo Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, capitaneado por Marcelo Lóia. Para lide a pé, que ficará marcada pela apresentação do matador espanhol Juan José Padilla no Campo Pequeno, alternando com o seu compatriota Juan del Álamo, serão lidados quatro
toiros da mesma ganadaria.